Page 131 - AVALIAÇÃO DA EDUCAÇÃO SUPERIOR: UMA EXPERIÊNCIA NA EDUCAÇÃO MÉDICA
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C APÍTULO IV  UMA EXPERIÊNCIA DE MUDANÇA NA EDUCAÇÃO MÉDICA



                Diante da situação diagnosticada, considerou-se que estava seriamente
           prejudicada a apropriação sistemática dos conhecimentos e a aquisição das
           habilidades e atitudes que deviam possibilitar ao estudante e futuro médico
           uma ação mais lúcida  sobre a realidade,  assim  como  uma capacidade  de
           interpretação mais rigorosa dos fenômenos sociais e médico-científicos.
                A  superação  das  fragilidades  diagnosticadas  no  Curso  dependia,
           fundamentalmente,  de: uma ação efetiva  dos professores  voltada para a
           formação do espírito crítico dos estudantes, base para a formação da cidadania;
           da convivência participativa de estudantes com estudantes, de professores
           com  estudantes  e  de  professores  com  professores;  do  desenvolvimento
           da competência técnica  e  do  compromisso  do  professor  com  as  tarefas
           do cotidiano; do fortalecimento do núcleo escola-comunidade; da análise
           do cotidiano escolar, tendo  em vista o aperfeiçoamento  da compreensão
           do que ocorre na sala de aula, considerando a interação professor-aluno e
           as estratégias adotadas para facilitar a aprendizagem e suas repercussões
           sociais.
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                             a
                A partir das 1  e 2   Conferências Mundiais de  Educação Médica,
           realizadas  em  Edimburgo  (Escócia),  em  1988 e  em  1993, os  educadores
           da área médica começaram a estabelecer os parâmetros que iriam balizar
           as reformas curriculares e a adequação  da formação  do médico às novas
           demandas  sociais.  (WALTON, 1994) O  Relatório Geral dos  resultados
           da AVALIAÇÃO DO  ENSINO  MÉDICO  NO BRASIL (1991-1997),  da
           CINAEM, apontou a necessidade de reformulação do Modelo Pedagógico,
           compreendida em seu sentido amplo, abarcando a totalidade do processo de
           formação médica. (CINAEM, 1997)
                As dificuldades na implementação das mudanças refletiam os problemas
           já apontados  na análise  da situação  do  ensino  médico.  Havia consenso
           mundial de que alguns fatores determinantes deviam ser norteadores das
           transformações. Dentre eles foram destacados:
                1.  As rápidas transformações sociais nos países em desenvolvimento,
                   com as mudanças nos perfis epidemiológicos e demográficos, que
                   conferem a esses países semelhanças aos países desenvolvidos;
                2.  A convicção de que o ensino compartimentalizado em disciplinas
                   tende a formar médicos preparados para tratar doenças de forma

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