Page 166 - AVALIAÇÃO DA EDUCAÇÃO SUPERIOR: UMA EXPERIÊNCIA NA EDUCAÇÃO MÉDICA
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permita gerar mudanças, corrigir rumos, potencializar ações e intervenções
            e constituir um aprendizado para todos”. (MINAYO, 2005: 46).
                 Além  do  envolvimento  do  universo  de  professores,  estudantes  e
            funcionários do curso, foram envolvidas todas as Comissões de Apoio ao
            Colegiado  do Curso,  o Centro Acadêmico,  os  Departamentos,  as demais
            instâncias institucionais, as lideranças institucionais, a Associação Médica
            local, ex-alunos, profissionais dos Serviços de Saúde da região, lideranças
            comunitárias, os Conselhos Municipal e Estadual, Associações Nacionais,
            pares de outras instituições, órgãos de fomento e órgãos de controle.
                 Ainda assim percebia-se que muitos atores da comunidade interna não
            se envolviam. A rotina cotidiana da universidade não favorece a interação.
            Os espaços físicos distantes; a excessiva carga de trabalho didático tanto
            para docentes  quanto discentes;  o trabalho nos hospitais; as tarefas
            administrativas  acumuladas  com  os  projetos  de  ensino,  de  pesquisa,  de
            extensão, o trabalho na pós-graduação, a cobrança pela produção acadêmica,
            a  cobrança  pelos  bons  resultados  nas  provas,  entre  outras  coisas,  fazem
            parte de uma dinâmica muito rica, que passa a sensação de uma integração
            efetiva, mas que na prática não acontece.
                  Na área da saúde, isso se agrava quando consideramos o mundo do
            trabalho, onde a grande maioria dos docentes é antes de tudo, médico, e atua
            em seus consultórios, em clínicas, em hospitais, tendo uma dupla jornada
            de trabalho. Essas questões já interferiam no próprio desenvolvimento do
            curso, que desde a implantação do currículo integrado, prescindia de uma
            dedicação muito maior, principalmente por parte do corpo docente.

                 Em um processo de avaliação participativo, que exige o envolvimento
            efetivo  dos  atores,  sem  que  deixem  de  executar  suas  demais  atividades,
            exigindo uma dedicação extra, essa questão se explicita ainda mais. Pode-
            se  dizer  que  a  avaliação  contou  com  a  representação  significativa  dos
            segmentos,  mas  também  pode-se  dizer que uma parcela  importante  não
            se envolveu em momento algum. Entre uma atividade e outra, a avaliação
            ficava em segundo plano.
                 O período da coleta de dados foi muito interessante, particularmente
            as reuniões de avaliação, que movimentaram o curso. As reuniões foram

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