Page 178 - AVALIAÇÃO DA EDUCAÇÃO SUPERIOR: UMA EXPERIÊNCIA NA EDUCAÇÃO MÉDICA
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em novembro de 2004:
(...) com o objetivo de verificar as competências e habilidades básicas das
áreas de conhecimentos sobre conteúdos básicos e profissionalizantes e,
ainda, verificar o desempenho em questões transdisciplinares, envolvendo
o conhecimento mais geral. (LIMANA e BRITO, 2005:11)
Sendo aplicado aos estudantes do primeiro e do último ano dos cursos
de graduação, com periodicidade trienal, o ENADE examina o desempenho
de ingressantes e concluintes buscando evidenciar o que as Instituições de
Ensino Superior podem agregar ao perfil cultural e profissional do estudante
durante sua permanência na Instituição.
Apesar do ENADE corrigir uma questão importante em relação ao
Exame anterior (ENC) que avaliava os estudantes de diferentes instituições
ao final do curso, sem conhecer o nível de habilidade inicial que estes
apresentavam, os indicadores de ganho somente poderiam ser plenamente
conhecidos quando os ingressantes de um curso avaliado em 2004,
prestassem o exame como concluintes três anos depois. Esse, segundo
Limana e Brito (2005), era o conceito central do novo modelo: extrair
indicadores de ganho.
Até lá, qualquer análise comparativa só se tornaria possível se partisse
do pressuposto que o concluinte de hoje, ao seu ingresso, possuía o mesmo
perfil que o ingressante atual.
O aperfeiçoamento da nova proposta de exame pode permitir inferências
confiáveis sobre o valor que as instituições de ensino agregam aos
estudantes e que não era possível de ser feita no sistema de avaliação
anterior. Esse aperfeiçoamento inclui avaliações sucessivas do processo
de aprendizagem, que levem em consideração as habilidades iniciais dos
estudantes como também as habilidades efetivas desenvolvidas por eles
durante o curso, portanto uma avaliação multidimensional de mudanças
educacionais. (...) mesmo avaliando apenas o início e o final do curso,
esse último considerado como momento final de aprendizagem, essas
medidas de mudança poderão orientar tomadas de decisões públicas e
institucionais. (VENDRAMINI, 2005:30).
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