Page 48 - AVALIAÇÃO DA EDUCAÇÃO SUPERIOR: UMA EXPERIÊNCIA NA EDUCAÇÃO MÉDICA
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e o respeito  à identidade  de cada instituição.  Historicamente, se discute
            avaliação  institucional  nas  universidades  brasileiras,  especialmente  nas
            públicas, desde os anos 80, quando aumentaram as restrições orçamentárias
            e ocorreu a explosão de matrículas no ensino superior.
                 Para atender às necessidades dos setores econômico e social, o ensino
            superior  expandiu-se,  devido  às  exigências  e  às  demandas  das  classes
            sociais, que buscavam níveis de escolarização mais elevados, com vistas à
            promoção e prestígio social. Essa expansão se deu pelo grande crescimento
            do setor privado, e não do setor público, como era o anseio da população,
            justificado  pela  escassez  de  recursos  destinados  pelo  Governo  Federal  à
            educação superior.
                 Tentando enfrentar essa questão, a Associação Nacional dos Docentes
            (ANDES)  apresentou  ao  MEC,  em  1982, uma  proposta  diferenciada  de
            Avaliação  Institucional.  Para atender a essa  proposta,  o MEC instituiu,
            em  1983, o  Programa  de  Avaliação  da Reforma  Universitária  (PARU),
            que abordava dois temas: a gestão das IES e o processo de produção e a
            disseminação do conhecimento, vigorando até 1986.
                 Nesse mesmo ano, o MEC criou o Grupo Executivo para a Reformulação
            do Ensino Superior (GERES), representado de forma heterogênea, propondo
            um sistema de avaliação que estabelecia um ranking entre as universidades,
            e “a comunidade  acadêmica...  em posição  nitidamente  reativa” elaborou
            outras propostas de avaliação ao MEC” (ANDES e CRUB) “e desencadeou
            um amplo debate nacional sobre a avaliação e o Projeto GERES”. (LEITE,
            1997)
                 A partir desse processo de discussão, várias instituições, começaram a
            desenvolver iniciativas próprias de avaliação institucional (UNB, UNICAMP,
            UFRJ, USP, UFPR, entre outras), passo decisivo para a consolidação da ideia
            de avaliação nas IES.
                 Numa atitude “antecipativa” ao Estado, o Conselho de Reitores das
            Universidades Brasileiras (CRUB), em 1992, retomou as discussões sobre o
            tema com o objetivo de promover através do documento intitulado “O Papel
            do CRUB na Avaliação Institucional”,  a autoavaliação  das universidades,
            complementada  por avaliação externa,  por meio  de processo  voluntário.
            (CRUB, 2000:4)

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