Page 50 - AVALIAÇÃO DA EDUCAÇÃO SUPERIOR: UMA EXPERIÊNCIA NA EDUCAÇÃO MÉDICA
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SOBRINHO, 2002a, p. 70). Tinha como horizonte heurístico a globalidade, a
visão integrada. Utilizava metodologias qualitativas ao lado de quantitativas.
Era uma construção coletiva, participativa e negociada, motivada sempre
por uma ética social e uma intencionalidade vigorosamente educativa.
De acordo com a Comissão Nacional de Avaliação (1993), que
instituiu o PAIUB, a avaliação de desempenho das universidades seria
uma forma de rever e aperfeiçoar o projeto acadêmico e sociopolítico da
instituição, promovendo a permanente melhoria da qualidade e pertinência
das atividades desenvolvidas. A utilização eficiente, ética e relevante dos
recursos humanos e materiais da universidade, traduzida em compromissos
científicos e sociais, seria capaz de assegurar a qualidade e a importância dos
seus produtos e sua legitimação junto à sociedade.
Como objetivos específicos o programa previa: a) Impulsionar um
processo criativo de autocrítica da instituição, como evidência da vontade
política de autoavaliar-se para garantir a qualidade da ação universitária,
para prestar contas à sociedade da consonância dessa ação com as demandas
científicas e sociais da atualidade; b) Conhecer, numa atitude diagnóstica,
como se realizam e se inter-relacionam na Universidade as tarefas acadêmicas
em suas dimensões de ensino, pesquisa, extensão e administração; c) (Re)
estabelecer compromissos com a sociedade, explicitando as diretrizes de
um projeto pedagógico e os fundamentos de um programa sistemático
e participativo de avaliação, que permita o constante reordenamento,
consolidação e/ou reformulação das ações da Universidade, mediante
diferentes formas de divulgação dos resultados da avaliação e das ações
dela decorrentes; d) Repensar objetivos, modos de atuação e resultados
na perspectiva de uma Universidade mais consentânea com o momento
histórico em que se insere, capaz de responder às modificações estruturais
da sociedade brasileira; e e) Estudar, propor e implementar mudanças das
atividades de ensino, pesquisa e extensão e da gestão, contribuindo para a
formulação de projetos pedagógicos e institucionais socialmente legitimados
e relevantes.
Para atingir esses objetivos, as instituições deveriam se pautar
nos seguintes princípios: adesão voluntária, legitimidade, identidade,
comparabilidade, não punição e não premiação, globalidade e continuidade.
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