Page 52 - AVALIAÇÃO DA EDUCAÇÃO SUPERIOR: UMA EXPERIÊNCIA NA EDUCAÇÃO MÉDICA
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das bases universitárias do que dos gabinetes da burocracia ministerial.
(SANTOS FILHO, 1999:16)
Dias Sobrinho (2002), o considerava do ponto de vista ético e político,
(...) Um modelo profundamente identificado com os princípios e valores
da educação entendida como bem social e público, e por isso põe em foco o
projeto educativo de cada instituição... se preocupa valorativamente com a
compreensão e a construção dos sentidos. (DIAS SOBRINHO, 2002:71)
Belloni (2003) destaca como acertos do PAIUB:
(...) A estratégia da formulação da proposta com participação das IES, a
construção coletiva e no decorrer do processo, a previsão da não utilização
dos resultados a curto prazo; a definição dos objetivos, a melhoria do
sistema e não rankings ou punição, a não vinculação a funções de controle
e acreditação de instituições e do sistema, a proposição dos princípios
metodológicos básicos, a combinação de auto-avaliação e avaliação
externa, de análises quantitativas e qualitativas e por fim a definição de
uma estrutura metodológica comum a todas as IES, com flexibilidade para
os ajustes e inovações próprias a cada uma delas. (BELLONI,2003:10)
Entretanto, ainda na opinião de Belloni (2003), o maior erro
em relação ao Programa foi a entrega do processo à então Secretaria de
Educação Superior - SESu/MEC e deste erro básico decorrem os outros
que o enfraqueceram, como a falta de acompanhamento sistemático,
a ausência de formação de competências para a sua implementação, o
escasso comprometimento das reitorias; entre outros, pensamento este
compartilhado por dirigentes universitários. O fato é que desde a publicação
do primeiro Edital do MEC em 1993, até 1996, quando da implementação
do Exame Nacional de Cursos - ENC pelo Governo Federal, as instituições
de ensino superior, em sua maioria, estavam empenhadas em construir um
processo de avaliação autônomo e responsável, caracterizado especialmente
pelo compromisso institucional.
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