Page 83 - AVALIAÇÃO DA EDUCAÇÃO SUPERIOR: UMA EXPERIÊNCIA NA EDUCAÇÃO MÉDICA
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C APÍTULO II A EDUCAÇÃO MÉDICA NO BRASIL
2.3 NOVAS DIRETRIZES CURRICULARES PARA OS
CURSOS DE MEDICINA
Segundo STELLA (2007), a construção das Diretrizes Curriculares
Nacionais dos cursos de graduação, na área da saúde, tem sua origem nos
questionamentos sobre o ensino superior, iniciados na década de 1960, entre
os quais se destacava o seu isolamento do mundo do trabalho, formando
profissionais com perfil não adequado às necessidades sociais.
Embora tenha havido algumas tentativas de superação daquele
modelo, durante todo o período da ditadura militar (1964-1984), as ideias
de renovação foram reprimidas. As reformas na Educação se limitaram
aos aspectos organizacionais, os currículos continuaram a ser rigidamente
definidos pelo extinto Conselho Federal de Educação, e cada vez mais
se acentuou a segmentação entre formação básica e profissionalizante.
(STELLA, 2007)
Na área da saúde, durante esse período, configurou-se um significativo
movimento social pela reforma sanitária, que possibilitou a conquista
paulatina do direito universal à saúde, e que pautou o setor de educação
para a necessidade de construir projetos pedagógicos voltados à formação
de profissionais capazes de atuar com qualidade e resolutividade no Sistema
Único de Saúde.
Contribuiu muito para isso a tendência de reorganização das práticas,
nas áreas pública e privada, buscando a diminuição de custos fosse para
garantir a atenção universal, fosse para aumentar a lucratividade. Essa
reorientação das modalidades de atenção fez surgir em várias partes do
mundo, demandas e pressões para reorientar a formação de profissionais,
exigindo perfil e capacidades distintas das produzidas pelo modelo
hegemônico de formação. (FEUERWERER, 2002)
Com a retomada da democracia, a discussão sobre a adequação
do sistema de educação é reaberta, e com a promulgação da nova Lei de
Diretrizes e Bases da Educação – LDB em 1996, é dada às universidades a
autonomia didático-científica, assegurando-lhes entre outras atribuições, a
de fixar os currículos de seus cursos e programas, observadas as diretrizes
gerais pertinentes. (STELLA, 2007)
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