Page 85 - AVALIAÇÃO DA EDUCAÇÃO SUPERIOR: UMA EXPERIÊNCIA NA EDUCAÇÃO MÉDICA
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C APÍTULO II  A EDUCAÇÃO MÉDICA NO BRASIL



                Nesse contexto, onde os movimentos educacionais internacionais e os
           movimentos de reorientação da formação profissional em saúde caminhavam
           para a busca da adequação da educação superior às demandas da sociedade
           atendendo  às necessidades  sociais,  o Edital nº 04/97  da  SESu/MEC,
           convidando  as  universidades,  cursos,  sociedades  científicas,  ordens  e
           conselhos profissionais para oferecerem contribuições para a elaboração das
           diretrizes nacionais dos cursos de graduação, veio em  um momento mais
           do que propício para avançar na proposição de mudanças.
                Segundo Stella (2007), o edital era democrático e inovador e permitia a
           flexibilização dos currículos plenos servindo de referência para os programas
           de formação. Privilegiava a indicação de áreas do conhecimento (e não de
           disciplinas com cargas horárias definidas, rompendo com a fragmentação dos
           conteúdos e a especialização precoce) e perfis orientados pelas demandas da
           sociedade, mais adequados, portanto, às necessidades da população.
                De acordo com a proposta, as diretrizes deveriam conter: perfil desejado
           para o formando; competências e habilidades correspondentes; conteúdos
           curriculares  básicos  e  profissionais,  essenciais  ao  desenvolvimento  das
           mesmas competências e habilidades; estruturação modular dos currículos e
           adoção de metodologias de ensino e de avaliação abrangentes.
                A partir desse momento, a atuação da Rede UNIDA foi fundamental
           para garantir a participação  da comunidade  acadêmica  e da sociedade,
           estimulando  seus  associados  a  debaterem  a  questão  e  apresentando  as
           respectivas  contribuições.  A Rede  assumiu  o  protagonismo  do  debate  e
           sistematizou as contribuições de todas as áreas, produzindo o documento
           “Contribuições para as novas diretrizes curriculares dos cursos de graduação
           da área da saúde”, encaminhado à SESu/MEC e apresentado ao Conselho
           Nacional de Educação.
                Para a Rede UNIDA, o ensino da prática médica tinha como base o
           processo saúde-doença e as necessidades individuais e coletivas referidas
           pelo usuário e aquelas identificadas pelos profissionais de saúde. Foi a partir
           desse entendimento que a proposta apresentada incluiu as competências
           profissionais desejadas e apontou os caminhos que a escola deveria trilhar
           no processo de formação dos futuros médicos, sustentado por um novo perfil
           docente e um moderno sistema de gestão de cursos e avaliação. (STELLA,
           2007)

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