Page 86 - AVALIAÇÃO DA EDUCAÇÃO SUPERIOR: UMA EXPERIÊNCIA NA EDUCAÇÃO MÉDICA
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Ainda segundo  Stella  (2007),  a  aprovação  final  das  diretrizes  em
            2001, se deu por meio da compatibilizarão dos conteúdos propostos pelas
            entidades e pelo MEC, em uma Oficina que reuniu a ABEM, a CINAEM, a
            Rede UNIDA, e representantes da Comissão de Especialistas do MEC, cuja
            realização foi articulada com o apoio da Secretaria de Políticas do Ministério
            da Saúde, interessada na formação de Recursos Humanos para o SUS, e pela
            Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS).  O texto acordado com as
            entidades, resultou no texto final, que com pequenas alterações deu origem
            ao Parecer nº 1.131/01 da Câmara de Ensino Superior, aprovado pelo CNE e
            publicado no Diário Oficial da União em 03 de outubro de 2001.
                 Para  Almeida  (2005),  a  Rede  cumpriu  um  papel  importante  de
            mobilização durante o processo de construção das diretrizes (estimulando
            o debate e apresentando contribuições) e de facilitar o acesso a professores,
            estudantes, lideranças comunitárias, profissionais e entidades da área (ao
            publicar o conjunto de diretrizes da área da saúde – 1ª edição em 2003 e
            2ª edição em 2005). Entretanto apesar da Rede de ter se destacado nesse
            primeiro momento, considerava-se inegável a participação das comissões de
            especialistas do MEC, de dirigentes do Ministério da Saúde, do Fórum de
            Pró-Reitores de Graduação das Universidades, dos Conselhos Profissionais,
            das Associações de Ensino,  e de outras  entidades  da sociedade,  além
            do próprio CNE que, entre outras coisas,  se empenhou  na agilização da
            aprovação. (ALMEIDA, 2005)
                 Para  ele,  o  avanço  foi  significativo,  embora  não  houvesse  consenso
            entre lideranças da área quanto à superação  das amarras dos currículos
            mínimos  ou  quanto  à garantia de  que  as orientações  emanadas  fossem
            de  fato  indutores  de  mudanças.  Alguns autores,  como  Lampert  (2002),
            vislumbravam um cenário bastante otimista:

                      (...) Em relação às novas diretrizes curriculares, agora vigentes, pode-se
                      dizer que trazem claramente um avanço de abrangência política e social no
                      contexto das necessidades de saúde da população brasileira, e exigem que
                      as escolas médicas tenham maturidade institucional para implementá-las.
                      Conferindo flexibilidade, o conjunto das diretrizes respeita a singularidade
                      de  cada  escola  médica,  que  ganha  com  isso  legitimidade  e  espaço  para

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