Page 91 - AVALIAÇÃO DA EDUCAÇÃO SUPERIOR: UMA EXPERIÊNCIA NA EDUCAÇÃO MÉDICA
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C APÍTULO III  A AVALIAÇÃO DA EDUCAÇÃO MÉDICA NO BRASIL



                Essa  participação  ativa  e  mobilizadora,  se  faz  presente  em  todas  as
           lutas da área da saúde e não poderia ser diferente nos processos de avaliação
           conduzidos  por esses  protagonistas.  Apesar  de  participar  dos  processos
           gerais de avaliação da Educação Superior, a Educação Médica não se limitou a
           estes e desempenhou um papel importante na construção desses processos,
           ora por entender que poderia contribuir com seu aprimoramento ora por
           acreditar que nem sempre estes davam conta das peculiaridades da área da
           saúde, particularmente da área médica.
                Pela  vasta  experiência  na  administração  dos  serviços  de  saúde,  a
           área médica incorporou muito dos processos de gestão no gerenciamento
           dos cursos de graduação e nestes,  a avaliação  sempre  teve uma posição
           estratégica.  Foi com essa visão que a  Educação  Médica construiu  seus
           processos  de  avaliação,  tornando-os  momentos  de  participação  efetiva
           dos atores sociais no processo de formação e de reorientação da formação
           profissional.



                Comissão  Interinstitucional  Nacional  de  Avaliação  do Ensino
                Médico - CINAEM

                As mudanças  institucionais  introduzidas  no  Sistema  de Saúde  e
           na  formação  dos  trabalhadores  para o  setor  pela  constituição  de  1988,
           colocaram a temática “Formação Médica” no centro das atividades ligadas
           ao ensino e à prática médica naquele período.
                A criação do Sistema Único de Saúde (SUS) partindo das formulações
           do Movimento de Reforma Sanitária brasileira indicou um novo caminho
           a ser seguido, voltado à responsabilizarão estatal para com o atendimento
           integral à saúde. Somadas a este novo contexto e às discussões da “questão
           saúde”,  vinham  as  discussões  sobre  educação  superior  e  os  projetos  de
           avaliação que eram gestados no Ministério da Educação.
                Entendendo  a importância  de uma iniciativa  que partisse  das
           instituições  ligadas à categoria médica  e em resposta  à proposta  de se
           instituir um “exame de ordem” para avaliar os médicos recém-formados,
           em 1991, a Associação Brasileira de Educação Médica - ABEM e o Conselho


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