Page 92 - AVALIAÇÃO DA EDUCAÇÃO SUPERIOR: UMA EXPERIÊNCIA NA EDUCAÇÃO MÉDICA
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Federal de Medicina – CFM, mais nove instituições ligadas ao ensino da
            prática médica criaram a Comissão Interinstitucional de Avaliação do Ensino
            Médico. (CINAEM, 1997)
                 Surgiu então o Projeto  “Avaliação do Ensino  Médico no Brasil”,
            coordenado  pela CINAEM, composta  de onze entidades  médicas  de
            representação nacional e dos estados com maior número de escolas médicas
            no ano de 1990. Essas instituições passaram a reunir-se com frequência para
            discutir a formação médica. Os estudantes de medicina tiveram um papel
            importante nesse processo, que ganhou força como o movimento contrário
            à instauração do “exame de ordem”. (FERLA, 1998)
                 Isso acontecia antes mesmo do Programa de Avaliação Institucional
            das Universidades  Brasileiras  – o  PAIUB, ser proposto  pela comunidade
            acadêmica, demonstrando o pioneirismo da área médica no Brasil em relação
            à valorização da avaliação no processo de formação na Educação Superior.
                 A proposta apresentava indicadores quantitativos e qualitativos para
            estudar o ensino médico, abrangendo desde o currículo até a gestão das
            escolas médicas, passando por suas relações com a comunidade e o SUS e
            ou serviços de saúde, e pelo desempenho docente e discente. O objetivo da
            CINAEM era compor um diagnóstico da situação das escolas médicas e para
            isso  utilizou  um questionário  elaborado  pela Organização  Panamericana
            de Saúde –  OPAS,  e  adaptado  pela  comissão  para  levantar  o  perfil  das
            escolas médicas, o que foi denominado “Protocolo de Avaliação das Escolas
            Médicas”.
                 Havia muitas divergências na comissão em relação às estratégias de
            enfrentamento  dos  problemas reconhecidos  pelas  entidades  e  segundo
            Santos (1997) apud Ferla (1998), a representação estudantil foi fundamental
            na superação  dos impasses  que resultou  na proposição  de um estudo
            acadêmico,  visando constituir um movimento  de envergadura nacional,
            capaz  de  discutir  democraticamente  o  ensino  e  a  profissão  médica  com
            representantes de docentes e discentes das escolas médicas, bem como da
            sociedade civil de todas as regiões do país. (CINAEM, 1997)
                 Nessa primeira fase, participaram setenta e seis das oitenta escolas
            existentes  à época,  representando  95% do  total,  o  que  demonstrou  a


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