Page 93 - AVALIAÇÃO DA EDUCAÇÃO SUPERIOR: UMA EXPERIÊNCIA NA EDUCAÇÃO MÉDICA
P. 93
C APÍTULO III A AVALIAÇÃO DA EDUCAÇÃO MÉDICA NO BRASIL
capacidade de mobilização das entidades que coordenaram o processo e ao
mesmo tempo o interesse das escolas em participar de uma proposta de
avaliação, conhecendo melhor a realidade da área.
A análise dos dados coletados a partir do questionário demonstrou
um desempenho sofrível e muito similar entre as escolas, o que despertou
o interesse dos pesquisadores por algumas variáveis, que se mostraram
significativas para explicar os resultados. Paralelo ao desenvolvimento
desses estudos, coordenados por uma equipe técnica, deu-se a construção
da identidade da CINAEM e de suas relações com as escolas médicas. Com
o apoio das próprias escolas, foi possível realizar oficinas para discussão
e socialização dos instrumentos, envolvendo docentes e discentes que
procuraram estabelecer acordos para construir uma proposta de mudança
das escolas médicas, abordando questões tais como o processo de formação, a
docência médica, a gestão da escola médica e a avaliação. (FEUERWERKER,
2002)
A partir desse primeiro diagnóstico do conjunto das escolas e do perfil
dos docentes e dos formandos, foram definidas três variáveis para serem
estudadas nas etapas seguintes: Recursos Humanos, Modelo Pedagógico
e Médico formado. Para cada um desses estudos foram utilizadas
propostas metodológicas diferenciadas: (a) Recursos humanos, um estudo
transversal; (b) Médico formado, um estudo longitudinal envolvendo dois
testes cognitivos (antes e depois do internato) e avaliações periódicas de
conhecimentos aplicados, habilidades e atitudes; e (c) Modelo pedagógico,
um estudo com base no enfoque estratégico que pretendia captar e articular
suas múltiplas interpretações e determinações.
Durante o desenvolvimento dos estudos, mais especificamente na
Avaliação do Modelo Pedagógico das Escolas Médicas, foi utilizada a
metodologia do Planejamento Estratégico. Segundo os pesquisadores, essa
opção fundamentou-se pela necessidade de desencadear um processo que
não se limitasse à constatação dos problemas, mas que fosse também um
estímulo à sua superação, indicando as distintas possibilidades de resolução,
propostas pelos participantes. (FERLA, 1998)
80