Page 88 - AVALIAÇÃO DA EDUCAÇÃO SUPERIOR: UMA EXPERIÊNCIA NA EDUCAÇÃO MÉDICA
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O  perfil  proposto  para  o  profissional  formado,  nas  Diretrizes
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            Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Medicina/2001 , assumiu
            definitivamente o desafio de consolidar a inter-relação da área de formação
            de recursos humanos em saúde com os serviços de assistência à saúde:


                      (...) o médico com formação generalista, humanista, crítica e reflexiva,
                      capacitado a atuar, pautado em princípios éticos, no processo de saúde-
                      doença,  em  seus  diferentes  níveis  de  atenção,  com  ações  de  promoção,
                      prevenção,  recuperação  e  reabilitação  à  saúde,  na  perspectiva  da
                      integralidade  da  assistência,  com  senso  de  responsabilidade  social  e
                      compromisso com a cidadania, como promotor da saúde integral do ser
                      humano. (ALMEIDA, 2005: 46)


                 Uma outra questão importante no processo de formação, valorizada
            pelas diretrizes curriculares da área à época, foi a abordagem em relação à
            avaliação, seja em relação à avaliação do processo de ensino-aprendizagem,
            que passou a levar em conta competências e habilidades além do conteúdo
            desenvolvido  e  deverá  adequar-se  ao  novo  modelo,  centrado  no  aluno  e
            não mais no professor; seja em relação à avaliação do curso como um todo,
            considerando que conforme o Art. 13 (caput), a implantação das diretrizes
            deveriam  ser  “acompanhadas  e  permanentemente  avaliadas,  a  fim  de
            permitir os ajustes necessários ao seu aperfeiçoamento.”
                 A aprovação das diretrizes em 2001 foi um passo muito importante
            na  construção  da  mudança  paradigmática  da  Educação  Médica.  Segundo
            Stella (2007), esta somente se daria quando superada a fase de inovação
            em que se encontravam muitas escolas médicas, introduzindo isoladamente
            alguns dos componentes do conjunto proposto pelas Diretrizes, tais como
            a prática extramuros,  as  metodologias  ativas de ensino-aprendizagem,
            a interdisciplinaridade e a produção de conhecimentos articulada com os
            serviços.





                  8.  Resolução CNE/CES nº 4, de 07 de novembro de 2001 que institui as Diretrizes
                  Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Medicina.
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